quarta-feira, março 25, 2009

do lado de cá... do vidro.

estou descalça, qual Lótus... esqueci-me que posso ficar noutra posição e que a minha estabilidade não depende única e simplesmente desta forma de equilíbrio... tenho sono, mudo de lugar, aproximo-me da janela, dou de frente com uma lua que não está cheia nem vai a meio... a felicidade da luz fere-me os sentidos, faz-me lembrar o quão perfeitas podem ser as imagens incompletas... encosto-me ao vidro para te ouvir o coração, e tudo o que ouço é frio... apetece-me escrever... fecho o olhos, tento chamar as letras á pele, liberta-las contra a parede, senti-las soltas sem direcção... inspiro... encontro-as... sorrio por já conseguir escrever de olhos fechados à velocidade do som, sem motivo... de que material serão feitas estas palavras, que aguentam com o peso dos meus dedos nestes dias de Lua... não sei... não me interessa saber... o importante é que elas voem, não como passaros, mas como textos, embatucados de palavras cheias de letras.
(texto alterado por razões hormonais!)

quarta-feira, março 11, 2009

a olhar o mar

imaginei-me um grão de areia, comprimido durante séculos por milhares de outros mais iguais que nunca... a onda veio e rendi-me à imponência do momento, descobri-a no horizonte, senti uma espécie de dormência, acho que tremi, não sei ao certo... lembro-me que me senti inquieta, mais atenta, os meus instintos redobraram os segundos de hipnose, e toda eu era medo, duvida, ansiedade, deslumbramento, esperei toda a minha vida por aquela onda... e de repente lá estava ela, a erguer-se majestosa sobre mim, olhei-a a fundo, como quem olha nos olhos, primeiro o azul era escuro, depois mais claro, até se tornar uma espécie de branco quase celeste, com sabor a lágrima... vim-me envolvida por um braço de mar a uma velocidade alucinante, desesperei com a falta de ar, senti o peso da agua a comprimir-me contra um chão que desconheço, a transparência doía nos olhos e os raios de sol intensificaram-se, expondo-me no auge de um céu magnifico sob esta altitude... era um fim de tarde, senti-me lúcida e de alma e corpo lavado, solto... pela primeira vez, deslizei sob a força desta natureza, desta forma de viver sob instantes arrebatadores, próprios de quem encara de frente o melhor que a vida tem... aterrei, ferida, desnecessariamente salgada, comprimida por milhares de outros grãos mais iguais que nunca... exausta, deixo-me ficar.......... a olhar o mar.

terça-feira, março 10, 2009

Subitamente é uma palavra que me caracteriza... tb a mim!


Uma noite…subitamente…os pirilampos voltaram a existir.
Deixei pegares-me na mão e subi uma serra linda de morrer. Estava nevoeiro, estava frio!
Repleto da curiosidade característica daquele doce princípio aproximaste-te devagarinho e disseste: - queres um pirilampo na tua mão?
Anui com a cabeça mas sem acreditar, afinal pirilampos não existem a não ser nas lendas!
E divertida observo-te a tentar apanhar uma fantasia.
De ar vitorioso voltas para perto de mim…continuo com frio, o nevoeiro insiste em afligir-me!
- Espreita…
E perco o chão, aqueço o olhar, acelero a respiração!
Passas o pirilampo para as minhas mãos e ris com o meu ar atónito.
Ou seja…eu já não sabia se os pirilampos existiam ou se eram fábulas!



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Porque eu gosto de ler a Alexia, porque gosto de pirilampos, porque sim... loira a primeira musica é dedicada a ti.